A Rockstar volta a marcar uma geração de consolas.
Apanhando de surpresa muitos jogadores em 2010, o primeiro Red Dead Redemption conquistou o público, fossem eles apenas simples fãs do primeiro jogo (Red Dead revolver), curiosos que queriam jogar um GTA no velho oeste ou aqueles que tropeçaram nele por acidente. A épica história de John Marston ganhou inúmeros prémios e a sua tão esperada sequela tinha um nível de expectativas extremamente altas. E na verdade, acabou por superá-las todas.

Red Dead Redemption 2 é na verdade uma prequela focada no gangue de Dutch Van Der Linde, um dos antagonistas do primeiro jogo. Visto pela perspectiva de Arthur Morgan, um dos braços direitos de Dutch, começamos com o êxodo do gangue para norte, depois de um assalto falhado em Blackwater. Alguns membros morreram no assalto e outros não conseguiram acompanhar o resto do gangue, mas os que conseguiram escapar tentam encontrar um sitio para assentar até que os ânimos acalmem em Blackwater.
É com a mentalidade de “tudo vai ficar bem” e o seu carisma que Van Der Linde consegue motivar os seus companheiros , incluindo nós, não estou a falar de Arthur, estou a falar de nós jogadores. É algo que este jogo consegue transmitir melhor do que qualquer outro: uma enorme empatia pelos personagens, não só pelo excelente voice acting de cada um deles, mas também pela forma como interagem. Todos eles têm vida própria e se os seguirmos por vezes temos surpresas pela forma como se comportam. Tudo em Red Dead Redemption 2 é natural, nada é forçado e até o mais insignificante estranho que encontremos nas nossas viagens tem uma história para contar.

A história principal é enorme, com várias dezenas de horas de conteúdo e todas as missões são diferentes. Mesmo as que têm o mesmo propósito conseguem dar um twist que as torna únicas. Em momento nenhum desta extensa narrativa senti que estava farto do jogo, pois este consegue ser interessante do inicio ao fim. Temos imensa liberdade naquilo que podemos fazer. Podemos interromper a narrativa principal e vaguear pelo mapa em busca de peles para criar novas roupas e malas, fazer dezenas de missões secundárias e atenção que apesar de não serem obrigatórias, fazendo algumas delas desbloqueiam pequenas interacções na narrativa principal. Podemos também andar a descobrir coleccionáveis, easter eggs (acreditem, são imensos!) e participar em mini-jogos, como o celebre poker, tal como existia no primeiro título.

Mas para além de uma excelente história e carradas de conteúdo extra para explorar, Red Dead Redemption 2 prima pelo seu aspecto, seja ele visual ou sonoro. Visualmente é dos melhores jogos da geração até à data. Os personagens tem um aspecto bastante credível e conseguem transmitir tudo aquilo que estão sentir, coisa que a série GTA costuma estar um pouco atrás. Depois o ambiente é dos melhores que já vi num videojogo. Desde a neve e lama com físicas espectaculares, os cenários quase foto-realistas e um dos melhores exemplos que tenho para dar, são os bosques cerrados onde apenas passam pequenas brechas de luz. Depois as físicas dos personagens estão qualquer coisa, tirando aqueles momentos parvos e aleatórios em que o cavalo esbarra contra sabe-se lá o quê.
Para ser ainda mais credível, a Rockstar não poupou em animações, e praticamente todas as acções de Arthur são visíveis no jogo, como limpar armas, trocar as armas que temos connosco, até mesmo tomar banho. O jogo está carregado de pequenas mecânicas que tornam a experiência mais profunda e realista, como o facto dos NPC’s ficarem enojados connosco se estivermos demasiado sujos, as armas perderem qualidade se não forem limpas de tempos a tempos, o cavalo ter menos rendimento caso esteja sujo, ficarmos cansados mais depressa se tivermos roupas que não se adequem ao clima, enfim, uma série de coisas que podem parecer chatas mas que dão realismo à experiência. Muito honestamente, ao fim de algumas horas habituei-me a esses pequenos gimmicks e tudo passou a ser bastante natural.

A caça de animais é algo que parece chato, mas é das melhores mecânicas do jogo e acreditem, vão ter que caçar muito se quiserem fazer todas as roupas disponíveis. Em primeiro lugar temos de verificar a qualidade dos animais, pois quanto melhor a qualidade deles, melhor será a qualidade das peles, mas não é tudo, pois teremos de utilizar munições adequadas para cada um dos tipos de caça, pois caso contrário corremos o risco de danificar as peles e a maior parte das coisas requerem peles perfeitas. São quase 2 centenas de espécies, pois isso terão muito estudo para fazer. Outro pormenor é que a mala de Arthur não é um poço sem fundo, e temos um limite de peles que conseguimos carregar. Por exemplo, uma pele de búfalo é enorme e apenas cabe uma no cavalo. Temos de ter muita atenção na forma como gerimos aquilo que caçamos, de forma a não caçar em vão.
Para além dos animais e ambientes visuais que nos dão um ambiente de jogo espectacular, temos também os humanos que vagueiam pelo mundo. Quase todos eles têm rotinas e é interessante segui-los para ver onde e o que vão fazer a seguir. Dei por mim a seguir membros do meu gangue a ver o que iam fazer, e quase sempre me surpreendi. O departamento sonoro ajuda e muito. Experimentem estar no meio do nada com uns bons auscultadores e ouvir o ambiente em redor. A música adequas-e na perfeição e por fezes faz lembrar Breath of The Wild, onde em vários momentos só se ouve o ambiente à volta e meia dúzia de acordes em momentos específicos.

Em termos de jogabilidade, apesar de existirem montes de acções possíveis, tudo é simples e fácil de executar. Quem já jogou o primeiro vai notar que é uma verdadeira sequela. As mecânicas base estão lá todas, incluíndo o Dead Eye que vai levando upgrades à medida que avançamos na história, só que desta vez precisamos de fumar para que a nossa reserva de “Dead Eye” encha.
Tenho muito mais para falar sobre o jogo, mas qualquer pormenor que possa contar, pode ser considerado spoiler. É um jogo incrível, extremamente polido em todos os sentidos. Se tiver que apontar um defeito, é talvez nos menus que estão bastante básicos, mas não é nada de grave. Red Dead Redemption 2 é na minha opinião, o melhor jogo do ano, isto num 2018 em que saíram também God of War e Marvel’s Spider-man, o que diz muito sobre o jogo. Se o primeiro era incrível, este conseguiu elevar essa fasquia em muito e com certeza, será lembrado durante vários anos.
Analisado numa Xbox One S, feita com base na cópia pessoal do redator.
Flávio Batista
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